Referência para as datas-bases de novembro, o INPC acumulado em outubro ficou em 4,6%. Segundo levantamento do Salariômetro (FIPE), nas negociações com data-base em novembro, 72,8% dos reajustes já fechados ficaram acima da inflação, com índice mediano de 5%, o que representa 0,4 p.p. acima do índice da inflação.

Esse resultado é inferior ao do mês anterior (0,9 p.p. em outubro) e, apesar da manutenção do reajuste nominal mediano, o reajuste real mediano teve forte queda, em comparação com os meses anteriores devido a alta da inflação.

A geração de empregos do mês de novembro registrou 106 mil novos postos de trabalho, com a taxa de desemprego baixando de 6,2% para 6,1%, a menor da série histórica (a partir de 2012). Os indicadores apontam para um mercado de trabalho aquecido.

Quatro fatores seguem pressionado os reajustes: (a) política de valorização do salário mínimo, mesmo com a limitação aprovada pelo Congresso a partir de 2025; (b) inflação baixa (mas crescente e começando a dificultar ganhos reais, como evidenciado em novembro); (c) desemprego em queda (queda de 1,4 p.p. em 12 meses); e (d) atividade econômica robusta.

NEGOCIAÇÕES EM NOVEMBRO DE 2024

Os dados do Salariômetro/FIPE mostram que, em novembro de 2024, as negociações já fechadas com data-base no mês registraram mediana de 5%, 0,4 p.p. acima da inflação acumulada em 12 meses. O reajuste real evidencia uma queda considerável, já que nos últimos 11 meses ficou acima de 0,9 p.p. em todos.

No mês de novembro, 72,8% das negociações já concluídas apresentaram reajuste acima da inflação, 13,8% coincidentes com o índice e 13,4% inferiores.

Até a divulgação do boletim Salariômetro foram registrados 276 instrumentos coletivos no Sistema Mediador com data-base em novembro, para uma média mensal de 1.772 nos últimos 12 meses. A medida que os instrumentos vão sendo registrados em suas respectivas datas-base, é possivel observar uma variação nos indices – a exemplo da elevação do reajuste mediano em 0,1 p.p. no mês de julho e oscilações no percentual de instrumentos acima ou abaixo da inflação.

Os dados atualizados das datas-bases dos últimos 21 meses registraram ganhos reais acima de 0,5 p.p. O volume de negociações acima da inflação em 2024 seguiu em alta, alcançando 86,2%.

Observando o consolidado das negociações ocorridas nos últimos 12 meses, 3,8% das negociações (3,9% no boletim anterior) apresentaram reajuste abaixo da inflação. As negociações com reajuste coincidente com a inflação correspondem a 10% (12,3% no boletim anterior) e outras 86,1% (83,8% no boletim anterior) ficaram acima da inflação.

No boletim divulgado pelo Salariômetro (FIPE) também estão disponibilizadas outras informações relativas às negociações coletivas já concluídas:

  • O piso mediano de novembro foi de R$ 1.677. No ano, o piso mediano é de R$ 1.650.
  • Novembro registrou o 31º mês consecutivo com reajuste mediano real igual ou acima da inflação, e o 24º mês seguido com reajuste mediano acima da inflação.
  • Todos os setores estão com reajuste real mediano acima da inflação durante o ano.
  • As 5 regiões geográficas estão registrando reajuste real mediano acima da inflação.

INFLAÇÃO

As projeções do IPCA do Santander e do Itaú se apresentam similares, mas com a do Itaú levemente superior.

Ambas projetam uma forte queda no mês de fevereiro, chegando a 4,2% para o Santander e 4,1% para o Itaú. Depois, ambas voltam a subir para próximo dos 5%, oscilando até chegar aos 5,4% (Itaú) e 5,3% (Santander).

Na sequência, as duas voltam a cair para perto de 5%, ao fim de 2025. Ambas as projeções estão levemente superiores ao do Boletim Focus.

Brasil abre 106 mil vagas de emprego em novembro

Dados do Caged apontam que o Brasil abriu 106.625 vagas formais em novembro de 2024. O resultado é inferior ao registrado no mesmo mês em 2023 (121.366), assim como ocorreu em outubro. O setor do Comércio (94.572) e o de Serviços (67.717) foram os únicos a abrirem vagas, com o Agro (- 18.887), a Construção (- 30.091) e a Indústria (- 6.678) registrando fechamento de vagas. O setor com maior crescimento relativo foi o Comércio (0,9%).

Até agora, em 2024, foram criados 2,22 milhões de empregos, enquanto no mesmo período do ano passado foram gerados 1,9 milhão de vagas.

Foram realizadas 1,97 milhão de contratações em novembro de 2024. Em relação aos desligamentos, foram 1,87 milhão de casos.

O mês de novembro de 2024 merece alguns destaques:
  • Queda na geração de emprego, na comparação com o mesmo mês do ano anterior.
  • Os estados de Roraima (1,03%), Amazonas (0,98%) e Paraíba (0,53%) registraram as maiores altas na geração relativa de emprego.
  • Os estados do Piauí (- 0,38%) e do Mato Grosso (- 0,81%) registraram os maiores fechamentos de vagas.

Desemprego teve nova queda em novembro

A taxa de desemprego caiu, chegando a 6,1% no trimestre móvel encerrado em novembro (setembro a novembro), o menor patamar da série histórica, iniciada em 2012.

  • A população desocupada caiu 7% na comparação com o trimestre anterior, uma diminuição de 510 mil pessoas. Em 1 ano, o recúo foi de 17,5%.
  • O número de pessoas ocupadas cresceu chegando a 103,9 milhões, alta de 1,4% em um trimestre e 3,4% em um ano.
  • A quantidade de empregados sem carteira no setor privado (14,4 milhões) registrou estabilidade ante o trimestre anterior e alta de 3,7% ante o trimestre do ano anterior.
  • O rendimento real do trabalhador fechou novembro de 2024 em R$ 3.285. Esse valor aponta alta de 3,4% na comparação com o mesmo período do mês anterior. O rendimento real habitual registrou alta de 7,2% no ano.

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