Referência para as datas-bases de julho, o INPC acumulado em junho ficou em 3,7%. Segundo levantamento do Salariômetro (FIPE), nas negociações com data-base em junho (clique aqui para download), 87,4% dos reajustes já fechados ficaram acima da inflação, com índice mediano de 5%, o que representa 1,3 p.p. acima do índice da inflação.
Esse resultado é inferior ao dos meses anteriores (1,7% em junho e 1,8% em maio) e está em linha com os reajustes medianos acima da inflação desde 2023 nos quais, na maioria dos meses, a mediana das negociações cravou 5%.
A geração de empregos do mês de junho registrou 188 mil novos postos de trabalho, com a taxa de desemprego baixando de 6,9% para 6,8%. Os indicadores apontam para um mercado de trabalho aquecido.
Três fatores têm pressionado os reajustes: (a) política de valorização do salário mínimo, que eleva índices inflacionários e pisos nas negociações; b) inflação baixa; e c) desemprego em queda.
NEGOCIAÇÕES EM JULHO DE 2024
Os dados do Salariômetro/FIPE mostram que, em julho de 2024, as negociações já fechadas com datas-base no mês registraram mediana de 5%, 1,3 p.p. acima da inflação acumulada em 12 meses. O resultado volta a mostrar um resultado em linha com os primeiros meses do ano.
No mês de julho, 87,4% das negociações já concluídas apresentaram reajuste acima da inflação, 6,3% coincidentes com o índice e 6,3% inferiores.
No mês de julho foram registrados 220 instrumentos coletivos registrados no Sistema Mediador com data-base em julho, para uma média de 1.342 nos últimos 12 meses. A medida que os instrumentos vão sendo registrados em suas respectivas datas-base, é possivel observar uma variação nos indices.
Observando o consolidado das negociações ocorridas nos últimos 12 meses, 5% (4,9% no boletim anterior) apresentaram reajuste abaixo da inflação. As negociações com reajuste coincidente com a inflação correspondem a 13% (13% no boletim anterior) e outras 82% (82,1% no boletim anterior) ficaram acima da inflação.
- O piso mediano de julho foi de R$ 1.568. No ano, o piso mediano é de R$ 1.609.
- Julho registrou o 27º mês consecutivo com reajuste mediano real igual ou acima da inflação, e o 20º mês seguido com reajuste acima da inflação.
- Todos os setores tiveram reajuste real mediano acima da inflação, com o “cemitérios e agências funerárias” sendo a única atividade coincidente com a inflação.
- Os 27 estados registraram reajuste real mediano acima da inflação.
INFLAÇÃO
As projeções do IPCA indicam uma alta até dezembro de 2024, alcançando 4,4% (Santander) e 4,2% (Itaú). Depois queda acentuada até março – 3,61% (Itaú) e 3,97% (Santander).
As projeções mantiveram curva similar às realizadas em julho, porém, com um deslocamento das curvas para cima.
Brasil abre 188 mil vagas de emprego em julho
Dados do Caged apontam que o Brasil abriu 188.201 mil vagas formais em julho de 2024. O resultado é superior ao registrado no mesmo mês em 2023 (142.702 mil). O setor de Serviços foi o que mais abriu vagas (79.167), com todos os 5 setores registrando abertura de vagas. O setor com maior crescimento relativo foi a Agropecuária (0,32%).
Até agora, em 2024, foram criados 1,492 milhão de empregos, enquanto no mesmo período do ano passado foram gerados 1,15 milhão de vagas.
Foram realizadas 2,1 milhões de contratações em julho de 2024. Em relação aos desligamentos, foram 2 milhões de casos.
O mês de julho de 2024 merece alguns destaques:
Manutenção da alta na geração de emprego, na comparação com o mesmo mês do ano anterior.
Os estados do Rio Grande do Norte (1,12%), Paraíba (0,89%), Amazonas (0,88%) registraram as maiores altas na geração relativa de emprego.
O único estado a registrar fechamento de vagas foi o Espírito Santo (0,11%).
Desemprego teve queda em julho
A taxa de desemprego caiu, chegando a 6,8% no trimestre móvel encerrado em julho.
A população desocupada caiu para 7,4 milhões de pessoas, queda de 9,5%, na comparação com o trimestre móvel anterior (fevereiro a abril) e 12,8% com o mesmo período do ano passado.
O número de pessoas ocupadas cresceu chegando a 102 milhões, alta de 1,2% em relação ao trimestre móvel anterior e de 2,7% com o mesmo período do ano passado.
A quantidade de empregados sem carteira no setor privado (13,9 milhões) aumentou 2,8% em relação ao trimestre anterior.
O rendimento real do trabalhador fechou julho de 2024 em R$ 3.206. Esse valor aponta alta de 4,8% na comparação com o período entre fevereiro e abril.