Referência para as datas-bases de outubro, o INPC acumulado em setembro ficou em 4,1%. Segundo levantamento do Salariômetro (FIPE), nas negociações com data-base em outubro (clique aqui para download), 83,8% dos reajustes já fechados ficaram acima da inflação, com índice mediano de 5%, o que representa 0,9 p.p. acima do índice da inflação.
Esse resultado é inferior ao do mês anterior (1,3 p.p. em setembro) e está em linha com os reajustes medianos acima da inflação desde 2023 nos quais, na maioria dos meses, a mediana das negociações cravou 5%.
A geração de empregos do mês de setembro registrou 132 mil novos postos de trabalho, com a taxa de desemprego baixando de 6,4% para 6,2%, a menor da série histórica (a partir de 2012). Os indicadores apontam para um mercado de trabalho aquecido.
Quatro fatores seguem pressionado os reajustes: (a) política de valorização do salário mínimo; (b) inflação baixa (mas crescente e começando a dificultar ganhos reais); (c) desemprego em queda; e (d) atividade econômica robusta.
NEGOCIAÇÕES EM OUTUBRO DE 2024
Os dados do Salariômetro/FIPE mostram que, em outubro de 2024, as negociações já fechadas com data-base no mês registraram mediana de 5%, 0,9 p.p. acima da inflação acumulada em 12 meses. O resultado coincidiu com outros 2 dos três meses anteriores (julho e agosto de 2024) em termos de ajuste real.
No mês de outubro, 83,8% das negociações já concluídas apresentaram reajuste acima da inflação, 7,4% coincidentes com o índice e 8,7% inferiores.
Até a divulgação do boletim Salariômetro foram registrados 229 instrumentos coletivos no Sistema Mediador com data-base em outubro, para uma média mensal de 1.455 nos últimos 12 meses. A medida que os instrumentos vão sendo registrados em suas respectivas datas-base, é possivel observar uma variação nos indices – a exemplo da elevação do reajuste mediano em 0,1 p.p. nos no mês de julho e oscilações no percentual de instrumentos acima ou abaixo da inflação.
Observando o consolidado das negociações ocorridas nos últimos 12 meses, 3,9% das negociações (4,4% no boletim anterior) apresentaram reajuste abaixo da inflação. As negociações com reajuste coincidente com a inflação correspondem a 12,3% (12,5% no boletim anterior) e outras 83,8% (86,8% no boletim anterior) ficaram acima da inflação.
- O piso mediano de outubro foi de R$ 1.657. No ano, o piso mediano é de R$ 1.640.
- Outubro registrou o 30º mês consecutivo com reajuste mediano real igual ou acima da inflação, e o 23º mês seguido com reajuste mediano acima da inflação.
- Todos os setores estão com reajuste real mediano acima da inflação durante o ano.
- As 5 regiões geográficas estão registrando reajuste real mediano acima da inflação.
INFLAÇÃO
As projeções do IPCA do Santander e do Itaú voltaram a um maior grau de convergência, mas com a do Itaú levemente superior a partir de abril de 2025.
O Santander projeta oscilações até março de 2025 (4,5%), quando começa a subir gradualmente e manter-se entre 4,7% e 5% até outubro de 2025.
O Itaú projeta oscilação na faixa entre 4,3% e 4,8% até o mês de outubro de 2025, com queda mais acentuada em novembro de 2025 (4,1%).
Brasil abre 132 mil vagas de emprego em outubro
Dados do Caged apontam que o Brasil abriu 132.714 vagas formais em outubro de 2024. O resultado é inferior ao registrado no mesmo mês em 2023 (187.070), algo que não vinha ocorrendo nos meses mais recentes. O setor de Serviços foi o que mais abriu vagas (71.217), com apenas o Agro (- 5.757) e a Construção (- 767) sendo os únicos a fecharem vagas. O setor com maior crescimento relativo foi o Comércio (0,42%).
Até agora, em 2024, foram criados 2,117 milhões de empregos, enquanto no mesmo período do ano passado foram gerados 1,8 milhão de vagas.
Foram realizadas 2,22 milhões de contratações em outubro de 2024. Em relação aos desligamentos, foram 2,09 milhões de casos.
O mês de outubro de 2024 merece alguns destaques:
Queda na geração de emprego, na comparação com o mesmo mês do ano anterior.
Os estados de Alagoas (0,74%), Rio Grande do Norte (0,53%) e Tocantins (0,51%) registraram as maiores altas na geração relativa de emprego.
Os estados de Mato Grosso (-172) e Goiás (-45) foram os únicos a registrar fechamento de vagas.
Desemprego teve nova queda em outubro
- A população desocupada caiu para 6,8 milhões de pessoas, queda de 1,4% na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior e de 0,6%, na comparação com o trimestre de maio a julho de 2024.
- O número de pessoas ocupadas cresceu chegando a 103,6 milhões.
- A quantidade de empregados sem carteira no setor privado (14,4 milhões) registrou alta de 3,7% ante o trimestre anterior e de 8,4% ante o trimestre do ano anterior.
- O rendimento real do trabalhador fechou agosto de 2024 em R$ 3.255. Esse valor aponta alta de 3,9% na comparação com o mesmo período do mês anterior. O rendimento real habitual registrou alta de 7,7% no ano.